O coração conhece apenas uma linguagem universal: a sensibilidade em compreender o que ele fala.
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Certa vez, o tempo e o relógio se encontraram, embora estejam o tempo todo juntos. O tempo revoltado há muito tempo disse ao relógio tu...
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Estava eu assistindo TV numa tarde de domingo, naquele
horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro
dia é segunda-feira, quando minha esposa deitou ao meu lado e ficou
brincando com minhas 'partes'.
Após alguns minutos ela veio com a seguinte ideia:
- Por que não
depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer 'outras coisas' com
eles.
Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos
fiquei imaginando o que seriam 'outra coisas'. Respondi que não, que
doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas
técnicas de depilação e eu imaginando as 'outras coisas' não tive mais
como negar.
Concordei.
Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos
necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente
estava vagando pelas novas sensações, que só acordei quando escutei o
beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns
pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela
estava com um ar de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico
urologista sentindo-se como residente.
Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo. Pediu para que eu
ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o aceso a
zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de
porcelana e começou a passar cera morna. Achei aquela sensação
maravilhosa! O Sr. Pinto já estava todo 'pimpão' como quem diz: 'sou o próximo da fila'!
Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as 'outras coisas' que
viriam após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou
ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los
para viagem.
Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer:
Na Tailândia, na China ou pela Internet mesmo.
Porém, alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e
deu um puxão repentino. Todas as novas sensações foram trocadas por um
sonoro
PUUUUTA QUEEEE O PARIUUUUUUU
quase falado letra por letra. Olhei para o plástico para ver se o
couro do meu saco não tinha ficado grudado. Ela disse que ainda
restaram alguns pelinhos, e que precisava passar de novo.
Respondi prontamente:
Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade! Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito em minhas respectivas mãos,
como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em
extinção e fui para o banheiro. Sentia o coração bater nos ovos.
Abri o chuveiro e foi a primeira vez que eu molho o saco antes de
molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água gelada
escorrer pelo meu corpo. Saí do banho, mas nesses momentos de dor
qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda.
Peguei meu gel pós-barba com camomila 'que acalma a pele', enchi as
mãos e passei nos ovos. Foi como se tivesse passado molho de pimenta.
Sentei no bidê na posição de 'lava xereca' e deixei o chuveirinho
acalmar os 'doutores'. Peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os
ovos como quem abana um boxeador no 10°round. Olhei para meu pinto.
Ele tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais parecia
irmão gêmeo de meu umbigo.
Nesse momento minha esposa bateu na porta do banheiro e perguntou se
eu estava passando bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora
ficou igual uma gralha. Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela
estava argumentado que os pentelhos tinham saído pelas raízes, que
demorariam voltar a nascer..
'Pela espessura da pele do meu saco, aqui não nasce nem penugem, meus
ovos vão ficar que nem os das codornas', respondi.
Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar com meio metro
de distância e sem tocar em nada e se ficar rindo vai entrar na
PORRADA!Vesti a camiseta e fui dormir, somente de camiseta. Naquele momento
sexo para mim nem para perpetuar a espécie humana.
No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos
estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi
estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados..
Tentei colocar a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de
veludo e nada. Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui
trabalhar sem cueca mesmo. Entrei na minha seção andando igual um
cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos. E
passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os
tomates maduros em qualquer superfície.
Resta dizer: certas coisas tem de ser feitas somente pelas mulheres.
Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino.
Atenciosamente,
O Depilado
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terça-feira, 15 de setembro de 2015
A cama dos pais tem um ímã e, cá para mim, ninguém me convence do contrário. Tem uma magia soporífera, um misterioso pó de amor impregnado nas almofadas que faz com que os filhos adormeçam imediatamente e que o pior dos pesadelos, o mais trepidante terror noturno fuja a sete pés.
Na cama dos pais, o último refúgio dos medos, a paz é absoluta e total.
Ali chegam, levados por pais extenuados e vencidos ou pelo seu próprio pé transpirados e assustados, passarinhos a voar de noite aos encontrões pelos corredores da casa, até chegarem ao lugar dos lugares.
Dois colos com lençóis macios e o cheiro dos progenitores. Caem que nem tordos a dormir, apaziguados.
Os pais fingem que se importam, na manhã seguinte: "lá foste tu para a nossa cama! Quando é que aprendes a ultrapassar os medos e a dormir sozinho? Tens de crescer!" Mas nem olham muito nos olhos dos filhos quando dizem estas coisas, com medo de que eles descubram que naquele breve regresso ao ninho, ao berço inicial, os pais se enchem de amor e ternura e também eles se confortam nas suas inquietações.
Um pescoço morno, uma mãozinha gorducha no nosso cabelo, um pé de regresso à costela da mãe. A respiração tranquila na fronha partilhada.
O desejo secreto de que o ninho fique assim para sempre e que a manhã demore muito a chegar.
Que o misterioso pó de amor das almofadas preserve para sempre estas excursões noturnas de mimo que não são mais do que um inteligente prenúncio, de uma saudade imensa, dos melhores dias desta vida.
Por Rita Ferro Rodrigues
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Hoje pela manhã, entrei no quarto de minha paciente no hospital. Era a hora de mandá-la para casa. Mas ao me aproximar, ela estava sentada com seu filho no colo de apenas dois dias, percebi que ela estava chorando. Um choro silencioso, apenas algumas lágrimas. Seu marido de pé em sua frente, um pouco sem saber o que fazer, mas amoroso com ela. Vi uma lágrima que escorria em sua face e caia sobre a criança que dormia suavemente em seu colo.
- O que aconteceu? - perguntei.
Serenamente ela me olhou e respondeu:
- Estou com medo!
Como é comum isso meu Deus! Vivemos em um mundo complexo onde tudo tem regras, normas, condutas, medicamentos, complementos, intermediários. Difícil aprender tanta coisa! A maioria das orientações contraditórias, exageradas, insensatas e mercadológicas. Olhei para ela e disse:
- Olhe para o seu bebê, ele é só seu. Dorme! Não vai sair correndo como um filhote de cavalinho, não vai exigir nada mais do que seus braços e seus seios e sua percepção.
É exatamente isso! Uma mãe sabe cuidar de um filho há milhares de anos. A natureza equipou a criança e a mãe com instrumentos sensíveis e objetivos de cuidar e ser cuidado.
- Chegue em casa, vá a seu quarto sozinha com seu filho, pouca luz, poucos estímulos e ouça o teu coração. Confie! Não em mim, na mãe, na sogra, na vizinha, na amiga - todos muito bem intencionados - alguns apenas tentado mostrar que sabem, às vezes, que sabem mais que você! Nem no pediatra! Só você perceberá quando dar o peito, quando tirar, quando dormir, quando acordar, quando descansar. Hormônios mestres - hormônios do amor. O medo é normal, mas o exagero cega. Leia seu corpo, leia o corpo de seu filho. E respeite a lágrima que acaba de cair. Chama-se amor! Agora voe daqui para casa! E vai ser feliz.
- Mas doutor, eu nunca treinei para isso!
- Não? Brincou sua infância inteira de mãe para estar pronta essa hora, esqueceu?
José Jacyr Leal Jr. Visite Programa Crer-Ser Fraterno www.crer-serfraterno.com.br
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade. O mundo é louco, definitivamente louco. O que é gostoso engorda. O que é lindo custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia.
Fazer amor, despenteia. Rir às gargalhadas, despenteia. Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia. Tirar a roupa, despenteia. Beijar à pessoa amada, despenteia. Brincar, despenteia. Cantar até ficar sem ar, despenteia. Dançar até duvidar se foi boa ideia, colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível.
Então, como sempre, cada vez que nos vejamos
eu vou estar com o cabelo bagunçado. mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.
É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.
Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora.
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença: arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,
coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria e talvez deveria seguir as instruções, mas
quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita
eu tenha que me sentir bonita?
A pessoa mais bonita que posso ser, a única, o que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação: entregue-se, coma coisas gostosas, beije, abrace, dance, apaixone-se, relaxe, viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, corra, voe, cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável. Admire a paisagem, aproveite,
e acima de tudo, deixa a vida te despentear. O pior que pode acontecer é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo.
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Rir não é uma forma de desprezar a vida, mas sim de homenageá-la. Mas atenção para a sutileza, isso não significa passar os dias feito uma boba alegre, dando bom dia pra poste. Trata-se de rir por dentro, de achar graça nas coisas, mesmo as que não dão muito certo.
Martha Medeiros
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