
O coração conhece apenas uma linguagem universal: a sensibilidade em compreender o que ele fala.
Perfil
Popular Posts
-
Tem dia em que eu acordo e, de verdade, pouco importam as minhas dificuldades, sejam elas até já desgastadas pelo tempo, sejam elas viçosas...
-
Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoç...
-
Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato e, então, ...
-
No outono, quando se vê bandos de gansos voando rumo ao sul, formando um grande "V" no céu, indaga-se o que a ciência já desco...
-
Certa vez, o tempo e o relógio se encontraram, embora estejam o tempo todo juntos. O tempo revoltado há muito tempo disse ao relógio tu...
Seguidores
Arquivos
Na estante
Autores
Abraham Lincoln
(1)
Adrian Rogers |
(1)
Adriana Falcão
(1)
Alphonse de Lamartine |
(1)
Ana Jácomo
(5)
Ana Jácomo |
(2)
Arnaldo Jabor
(2)
Arthur Graham |
(1)
Arthur Schopenhauer |
(1)
Bill Watterson
(1)
Caio Fernando Abreu
(3)
Caio Fernando Abreu |
(1)
Calvin e Haroldo
(1)
Carlos Drummond de Andrade
(1)
Charles Schulz
(2)
Chico Anysio
(1)
Clarice Lispector
(1)
Clarissa Corrêa
(2)
Cristina Custódio
(1)
Desconheço Autoria
(61)
Fernanda Estellita
(1)
Fernanda Gaona
(1)
Fátima Irene Pinto |
(1)
Gi Stadnicki
(1)
Ita Portugal
(1)
Karla Tabalipa
(1)
Letícia Thompson |
(1)
Marcely Pieroni Gastaldi
(1)
Marilene Branquinho
(1)
Marla de Queiroz
(2)
Martha Medeiros
(2)
Martha Medeiros |
(3)
Michelle Trevisani
(1)
Monteiro Lobato |
(1)
Mário Quintana
(1)
Paulo Coelho |
(1)
Paulo Roberto Gaefke
(1)
Pe. Fábio de Melo |
(2)
Renata Fagundes
(1)
Renato Russo |
(1)
Silvana Duboc |
(1)
Tati Bernardi
(1)
Wanderly Frota
(1)
Ághata Paredes
(1)
Ângela Moura
(1)
Visualizações de página
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Chegou o verão e com eles também chegam os pedágios, os congestionamentos na estrada, os bichos geográficos no pé e a empregada cobrando hora extra. Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Ki-suco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é côco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana, pé inchado que não entra no tênis. Mas o principal, o ponto alto do verão é a praia. Como é bela a praia. Os cachorros fazem necessidades e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam na cabeça das velhas. Os jovens de jet-ski atropelam os surfistas que, por sua vez, miram a prancha para abrir a cabeça dos banhistas. O verão é Brasil, é selva, é carnaval, é tribo de índio canibal. Todo mundo nu de pele vermelha. As mulheres de tanga, os homens de calção tão justo que dá até pra ver o veneno da flecha e todo mundo se comendo cru. O melhor programa de quem vai pra praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias. Em menos de cinquenta minutos todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah, que gracinha! Os bebês chorando de desidratação, as crianças se socando por uma conchinha do mar e os adolescentes ouvindo walkman enquanto dormem. As mulheres também tem muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros para encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como perfurar um poço para fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer ficar de pé. Mas tudo isso não conta diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar. Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinhas de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmora como um pepino em conserva. Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, é amor, é o absurdo do calor. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela. Toma banho e deixa o sabonete cheio de areia para o próximo. As toalhas com aquele cheirinho de mofo que só a casa de praia oferece. Aí, uma bela macarronada para encher o bucho e uma dormidinha na rede para adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimada. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo pra que a manhã seguinte faça aquele sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical.
Desconheço Autoria
.
Marcadores:
Reflexão |
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Diário de Reflexão - Direitos reservados 2016. Tecnologia do Blogger.
0 comentários:
Postar um comentário